quarta-feira, agosto 29, 2007

Veja meu Slide Show!

Aventuras na Pedra do Sino - Teresópolis RJ






Normalmente só gostamos de contar as vitórias, mesmo porque, são elas que nos dão prazer, as quais gostamos mais de lembrar e divulgar para os quatro cantos do mundo. Todavia, a vida não é feita apenas de momentos alegres e felizes. Quando iniciamos uma jornada, imaginamos a quão prazerosa ela pode ser, e até pensamos nas dificuldades e problemas, mas como de costume, só vislumbramos o final do percurso, o prazer alcançado e sentido, todo o sofrimento some diante do clímax. Mas que mal há nisso? Aliás, o que vem a ser bom ou ruim? Bem ou mal?
Afinal de contas, nós somos ou não os roteiristas de nossa história pessoal.
Publicamo-la como desejamos e temos vontade, e como redatores da história, o que vem a ser verdade ou não pertence ao nosso ponto de vista. Nós é que valorizamos ou subavaliamos o que gostamos e sentimos, ou seja, o que vem a ser importante para nós mesmos. Vez por outra somos obrigados a admitir “imperfeições”, mas o que seriam estas? O que é tido como parâmetro para se chegar a isso?
A felicidade é construída de pequenas alegrias, sinta-as e viverás feliz.
Como em muitas ocasiões, já comentei, não adianta estar diante de algo maravilhoso e encantador. É necessário primeiro que saiba reconhecer em seu coração, o que vem a ser isso.
As pessoas são diferentes e as percepções assim as são...

























































































































































































































































































































































































terça-feira, agosto 28, 2007

Trilha/escalada à Pedra do Sino- Teresópolis - RJ

Momento marcante na subida da Pedra do Sino, na Serra dos Órgãos - Teresópolis - bem acima do Dedo de Deus... Não vou dizer que foi fácil... ainda mais para um cara um pouco sedentário como eu... Foram momento difíceis , mas... prazerosos... e como um grande camarada (Ricardo)meu disse:"... as coisas gostosas e prazerosas tão uma tremedeira nas pernas..."

Em dexistir não pensei, mas me perguntava o que realmente estava fazendo lá ?

Passei (passamos) por privações, dificuldades, calor, frio, muuuito frio! saudades do conforto e aconchego do lar, da companhia de outras pessoas que talvez deseja-se que estivesse lá, além do desgaste físico e mental...

Era só aventura, o gosto de algo diferente... realização de um sonho de criança... ou de "adulto"? desejo de superar os próprios limites? prazer pelo prazer? vontade de provar pra todo mundo ... eu também posso fazer isso!!! ou será pra mim mesmo? a quem eu queria agradar, satisfazer? a quem se não a mim mesmo? ao meu própio ego?

As imagens podem mostrar algo vivido e esperimentado, contudo, a emoção, por mais que tente demonstrar, pertence a aquele momento e instante... outros virão, melhores ou piores, todavia, aquele foi único! Estar lá, viver tudo aquilo foi uma experiência magnánima! encantadora!

Houveram instantem - claro, não estão nestas imagens - que fui a exaustão, ao cansaço extremo. A companhia dos camaradas Ângelo e Ricardo foram excepcionais... cada um ajudando e apoiando o outro... todos buscávamos algo... espero que todos tenham encontrado...

Continuo a pensar sobre as limitações do ser humano... acho que nunca vou parar...

Vivo e continuo a viver sobre "certas" limitações econômico-financeiras, porém, o sorriso é enorme e não se abala com facilidade. Acho que gosto mais de mim agora do que antes... e logo eu, que já era um pouco nascisista ... apesar de todas as coisas... passei a gostar mais ainda ... Mas me controlo, aliás, isso é mais do que necessário...

Viva o momento presente, viva as alegrias e emoções...

sexta-feira, agosto 17, 2007

Resenha de República-Pós em História do Brasil




Pós- graduação Lato Sensu em História do Brasil

Maurício de Oliveira

Turma 2007

Módulo República


CARVALHO, José Murilo de – A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1990.





Nos bastidores do início da República

Maurício de Oliveira


CARVALHO, José Murilo de – A formação das almas: o imaginário da República no Brasil / José Murilo de Carvalho - São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 166 pág.






O início da República no Brasil – assim como fora o início do Império – é notadamente marcado pela ausência de um movimento popular revolucionário, ainda mais quando tomado como parâmetro, expressivos acontecimentos em outros países, principalmente os dois grandes ícones do momento, quer seja, a Independência Americana, com seu modelo de República, em menor escala, e a grande Revolução Francesa, a qual fora ostentada como exemplo a ser seguido. Neste contexto, o autor busca ir mais longe, com intuito de demonstrar que a busca de legitimação de tal regime, aconteceu de inúmeras formas, sejam elas através de defesas ideológicas, símbolos, monumentos, hinos, e por aí segue... Tudo na tentativa de atingir o imaginário da nação.
Para tanto, José Murilo de Carvalho – doutor em ciência política pela Universidade de Stanford, renomado e conceituado historiador, já tendo atuado em algumas prestigiadas universidades européias, e que atualmente leciona na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, além de possuidor de um estilo singular na conduta, pesquisa, aprimoramento e publicação de suas obras, o qual já havia nos agraciado com uma excelente obra a respeito, digo: Os bestializados: O Rio de Janeiro que não foi – nos apresenta, “A formação das Almas: o imaginário da República no Brasil”.
Além destas, o autor já publicara: Teatro de Sombras, A Construção da Ordem, Desenvolvimento de la ciudadanía en Brasil, além de inúmeras entrevistas e artigos, dentre os quais, menciono um exposto no jornal O Globo de 16/12/1999, pág.7, intitulado – Como escrever a tese certa e vencer – referindo-se a determinadas “orientações” a um hipotético doutorando, com o intuito de ajudar a descobrir o caminho das pedras, porém, segundo ele mesmo, sem garantia de êxito, mas mais do que válido para o iniciante, no qual se mostrou marcante. Este professor, com mais de 35 anos de carreira, mostra vitalidade e sutileza no trato com a História, principalmente o período em questão.
Em “A formação das almas”, Carvalho debruçasse sobre uma questão pendente em obra anteriormente publicada sobre a implantação da república. E especulo que a inspiração para desenvolver tal obra, poderia ter surgido diante do momento turbulento que passara o Brasil, com a primeira eleição direta para presidente após longo período de autoritarismo. As massas foram para as ruas, mas o eleito fora o “Caçador de marajás”, imagem mítica, criada no imaginário popular.
José Murilo questiona-se sobre a intenção de envolver a massa nessa discussão, (a República) para que esta a encampe, sinta-se envolvida no novo momento político que hora se mostrava. Nesse intuito, analisa mais que a ausência do povo durante a parada militar que a proclamara, tenta reconstruir o momento anterior e posterior – os bastidores – do imaginário de todas as partes, quer seja a elite letrada, as correntes ideológicas ou os militares. Traz-nos novas reflexões a respeito, levantando dados, mencionando movimentos partidários, ideologias vigentes, correntes filosóficas e quase que religiosas, os caminhos seguidos e a dificuldade da transposição de idéias de outros países para as particularidades do nosso, etc.
O objetivo central de José Murilo de Carvalho nesta obra, fora a tentativa de suplantar as visões de República para a sociedade além da elite, assim como a batalha pelo imaginário popular. Segundo ele, isto se daria, ou fora tentado, através de códigos de comunicação mais acessíveis a um público com baixa educação formal, que segundo aponta, teria de ser feita “mediante sinais mais universais, de leitura mais fácil, como as imagens, as alegorias, os símbolos, os mitos”, etc. Todavia, questiono se seriam estes realmente mais fáceis de serem interpretados. Acredito que não! E o próprio autor também reconhece a inexeqüível tarefa.
Para demonstrar a importância dos símbolos, rituais, mitos e hinos na formação do imaginário social, influenciando assim “poderosamente na formação das almas”, Carvalho faz uso constante de citações destes, durante a Revolução Francesa, contudo, como reconhece em sua conclusão, a sociedade francesa – e a parisiense em especial – era bem diferente da carioca, ou a brasileira. Pois para tornar legítima a República proclamada, teria de se construir nova origens, símbolos ou mitos que unissem todo o país, algo que a monarquia possuía na imagem do Imperador.
Em certo momento menciona, aliás, busca explicar, com intervenções concisas, relatos e explanações, o poder da figura feminina para representar a República – na França – e toda a simbologia criada, e um tipo de misticismo religioso em volta de tal figura. Isto como uma introdução para demonstrar como os republicanos brasileiros – principalmente os que se espelhavam no país europeu como modelo de república – possuíam uma vasta “bagagem” quando se tratava do uso de imagens e símbolos para representar o movimento político que buscava se concretizar, solidificar no início do período republicano no Brasil. Contudo, a caracterização, como o autor lembra da figura emblemática feminina no Brasil, não surtira o efeito desejado.
No desenvolvimento do livro, o uso constante da França para demonstrar a importância da simbologia, às vezes, torna-se exageradamente “maçante”, mas não deixa de ter sua importância, mesmo que por ocasiões, confunda-se de qual país deseja-se demonstrar a formação das almas.
A vasta bibliografia e a consulta de inúmeras fontes, aliado a uma quantidade significativa de colaboradores, demonstram o fôlego impactante de José Murilo de Carvalho para a escrita de “A formação das almas”, assim como uma base significativa para a defesa de tal ponto de vista.
Com referência ao modelo estilístico seguido para a confecção do livro, com “notas de fim de texto”, muito em uso por sinal, por mais que muitos achem esteticamente mais apresentáveis, considero como uma espécie de quebra de leitura, pois na maioria das vezes, o leitor não gostaria de mudar de página para saber o que diz tal nota ou referência, sendo assim, a “nota de pé de pagina”, como instrumento elucidador/informativo/complementar seria um recurso mais proveitoso.
No tocante ao título: “A formação das almas”, acho-o instigante/estimulante e porque não dizer tentador, porem, às vezes poderia passar a impressão que irá desenvolver outro assunto, que não a batalha para a implantação e consolidação da república. Quando li, nas orelhas do livro, como o autor desenvolveria tal tema, imediatamente associei-o ao “Processo Civilizador” de Norbert Elias, no qual descreve o surgimento de certos conceitos e a transformação de outros. Também lembrei de Marilena Chauí, em “Brasil, mito fundador...”, mas o assunto fora outro.
Enfim, a construção de um ideal de nação, através da formação da alma, do pensamento, do sentimento de um povo, é algo que deve ser forjado com mitos, mas também com fatos e personagens reais. A verdade histórica, por vezes construída, buscada e almejada por todo historiador, é algo que nem sempre se consegue explicar, quiçá aceitar e compreender.
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